Wednesday, June 17, 2015

IRREVERSÍVEL?

Poucas coisas na vida podem ser reduzidas a maniqueísmos.

Dizer, em abstracto, se uma privatização, ou uma nacionalização, é bom ou mau é impossível. O caso da TAP é paradigmático: a privatização não pode ser analisada em abstracto, mas nas condições efectivas em que se realiza.

Acontece que o cidadão comum não tem acesso a informação suficiente para perceber se esta privatização está a defender a maioria dos portugueses ou só o interesse de alguns. Por isso, defendo que processos deste género tinham de ser sujeitos a um escrutínio público muito mais severo (quiçá através de referendos). Sem isso, ficamos demasiado dependentes da honestidade dos governantes e perante o dilema do soneto e da emenda: depois de concretizada uma privatização pouco transparente, pode ser mais custoso para o Estado reverter o processo do que aceitar o mal já feito. 

É, no fundo, isso que o PS vai ter de ponderar e é essa ponderação que vai ditar a irreversibilidade, ou não, desta privatização.

Gabriel Leite Mota, Publicado no Diário Económico a 17 de Junho de 2015

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