O número de pensionistas não é uma infelicidade mas uma realidade a sustentar. Para isso, são necessários novos modelos de financiamento da segurança social (ex. impostos sobre as grandes fortunas, o património de luxo e as transacções em bolsa) e políticas de inversão da tendência demográfica. Isso só será possível fixando os jovens (e não empurrando-os para a emigração) através do combate à precariedade e ao desemprego, do aumento de salários e da protecção das mães trabalhadoras, ou seja, criando felicidade laboral.
O sector público tem que voltar a ser um criador de emprego (principalmente nos sectores de maior qualificação como a saúde, justiça e educação) e um definidor de padrões para o privado.
Depois, precisamos de novos empreendedores, que criem valor com empresas competitivas internacionalmente e que sejam fortes criadoras de emprego qualificado.
Só assim poderemos ser um país civilizado, com solidariedade intergeracional, onde a morte não é o melhor que um velho pode esperar.
Gabriel Leite Mota, Publico no Diário Económico a 20 de Maio de 2015