Cerca de 40% das pessoas disseram que preferem uma austeridade conhecida a uma austeridade desconhecida (os que votaram na coligação PàF);
Cerca de 30% dos eleitores disseram que acreditam que é possível uma austeridade diferente (os que votaram no PS);
Cerca de 20% dos votantes disseram que não querem este Euro, este tratado orçamental e que estão dispostos às incertezas das verdadeiras mudanças;
No final, fica claro que Portugal não está com vontade de mudanças profundas, temendo um curto prazo ainda mais difícil do que o que têm conhecido. Resta saber o que nos trará o médio prazo.
Enquanto as políticas europeias e mundiais não mudarem, no sentido de corrigir os desequilíbrios do capitalismo actual, o futuro mais longo não se afigura risonho.
Entretanto, os povos vão preferindo não sofrer já as consequências de um corte drástico com o sistema.
Mas se o sistema não se recalibrar, acredito que a desgraça será o nosso destino.
Gabriel Leite Mota, Publicado no site do Diário Económico a 4 de Outubro de 2015