Wednesday, November 4, 2015

ALTERNATIVAS

A elaboração de um Orçamento do Estado é uma tarefa política.

Mesmo as metas do défice e da dívida pública a que estamos sujeitos resultam de decisões políticas europeias. 
Por isso, quando são ventiladas políticas orçamentais, do putativo governo de esquerda liderado pelo PS, diferentes daquelas a que a coligação de direita nos habituou nos últimos quatro anos, estamos perante a realidade das alternativas.

A esquerda portuguesa soube munir-se de economistas de valia, o que lhes permite apresentar propostas de OE tecnicamente válidas e, ao mesmo tempo, promotoras de inflexão das políticas da direita.

A questão de fundo da política é a distribuição: quem fica com o quê. 

As políticas neoliberais que têm governado o mundo ocidental promovem o desmantelamento da classe média e o engordar das classes super-ricas. 

Uma política minimamente de esquerda tem que fazer o oposto: transferir riqueza dos multimilionários para as classes médias e mais desfavorecidas. 

Descongelar pensões é um passo nessa senda do reencontro com o equilíbrio social.

Gabriel Leite Mota, Publicado no Diário Económico a 4 de Novembro de 2015

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