Da vastíssima literatura científica sobre a pobreza, o que de mais consensual podemos concluir é que não há uma definição última de pobreza, porque não há uma única pobreza. Falar de pobreza tem que ser, então, falar das pobrezas, adjectivando cada pobreza de acordo com a realidade em estudo. Das múltiplas classificações que podemos fazer de pobreza, penso que há duas ordens de distinção mais relevantes: primeiro, a separação entre pobreza relativa e absoluta; segundo, a definição de quais as realidades em carência a que a pobreza em análise diz respeito.
Friday, January 20, 2017
TRUMP E OS INIMIGOS DO ESTADO SOCIAL: UM DESGRAÇADO PROCESSO DE ACELERÇÃO
A eleição de Donald Trump para presidente dos E.U.A. configura, para os defensores do Estado Social, uma tempestade perfeita: é que não foi só Trump a ser eleito, o Partido Republicano (dominado por Wall-Street, evangélicos e pelo Tea Party) passou também a dominar todas as Câmaras (Senado e Câmara dos Representantes), tornando-se uma força com total liberdade de acção.
Thursday, January 5, 2017
O DESEMPREGO É UM PROBLEMA POLÍTICO, NÃO TECNOLÓGICO
O acelerado desenvolvimento tecnológico que está a caracterizar o séc. XXI, e que se perspectiva adensar-se século adentro, tem feito soar alarmes. Por um lado, teme-se a destruição massiva de empregos. Por outro, a possibilidade de as tecnologias poderem fugir ao controlo humano.
Thursday, December 22, 2016
O EURO NÃO É A DOENÇA, É UM SINTOMA
A Europa do séc. XXI é uma Europa de crescimento anémico. Mesmo antes da crise do sub-prime de 2007/2008, o crescimento económico da União Europeia era modesto. Depois, com a crise subsequente das dívidas soberanas, o crescimento tem sido ainda pior, com países a entrarem em recessão, enquanto que os que continuam a crescer (como a Alemanha) estão longe de exibir crescimentos fulgurantes.
Thursday, December 8, 2016
OS PARTIDOS SOCIALISTAS DE QUE A EUROPA PRECISA
Num momento em que a Europa está em crise – de crescimento, de emprego, de lideranças e de bem-estar –, os mecanismos naturais da democracia operam no sentido de acomodar o descontentamento das populações: os eleitores começam a votar em partidos antes minoritários, ou mesmo em novos partidos entretanto criados para satisfazer esses cidadãos insatisfeitos. Esta plasticidade da democracia é, aliás, a sua grande virtude: o facto de permitir que os eleitores mudem o seu sentido de voto e que novos partidos e novos políticos apareçam no combate eleitoral é o que obriga os políticos a resolverem os problemas dos cidadãos.
Thursday, November 24, 2016
PENALIZAR A PRECARIEDADE, ALIVIAR OS PRECÁRIOS
Em Portugal, e em muitos outros países ocidentais, o mercado de trabalho tornou-se dual: as gerações mais velhas têm trabalho com direitos e contratos sem termo; as gerações mais novas vivem, sistematicamente, com contratos a termo ou a recibos verdes. A culpa de tal dualidade não é das gerações mais velhas (a não ser daqueles que apregoam os benefícios da precariedade alheia) nem, tão pouco, uma consequência inevitável da globalização ou das tecnologias digitais. A causa é, fundamentalmente, uma: a alteração na relação de forças e de poder entre empregados e empregadores, resultante de novos quadros legais que retiraram poder aos empregados e o deram aos empregadores.
Thursday, November 10, 2016
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