O corolário do estudo liderado por Mário Centeno, encomendado pelo PS, é que é possível inflectir-se a estratégia até aqui seguida, encontrando-se políticas de combate à crise que respeitam as nossas obrigações internacionais.
Estas políticas baseiam-se num estímulo da procura através de uma maior justiça fiscal (entre ricos e pobres e entre empresas e particulares) e da libertação de recursos para as classes médias (os bodes expiatórios da austeridade) e baixas.
É um exercício teórico transparente, honesto e meritório onde o comprometimento político é explicitado através da escolha de vias alternativas à orientação até aqui seguida.
Para que este exercício tenha resultados é preciso que o PS seja eleito governo e que, em caso de maioria relativa, encontre parceiros (à esquerda) dispostos a negociar este caminho.
Mas também é necessário que se consolidem novas alianças políticas na Europa que acreditem em respostas inovadoras para a crise.
É que só com uma inflexão do rumo, ao nível nacional e internacional, será possível retornar ao humanismo e caminhar, sustentadamente, em direcção à felicidade dos europeus.
Gabriel Leite Mota, publicado no Diário Económico a 27 de Abril de 2015